TY - JOUR AU - Cario, Silvio AU - Goularti Filho, Alcides PY - 2021/09/08 Y2 - 2024/03/29 TI - Apresentação JF - Revista Catarinense de Economia JA - Rev. Catarin. Econ. VL - 4 IS - 1 SE - Editorial DO - 10.54805/RCE.2527-1180.v4.n1.91 UR - https://www.apec.org.br/rce/index.php/rce/article/view/91 SP - 1 - 3 AB - <p>É com grande regozijo que a Associação dos Pesquisadores em Economia Catarinense (APEC) entrega mais um número da Revista Catarinense de Economia, contendo artigos que tratam do tema internacionalização das economias brasileira e catarinense. Artigos abordando a economia internacional ajudam a compreender as transformações, que estão ocorrendo na economia mundial. As mudanças empreendidas levam à respostas e posicionamentos de empresas e instituições. Assim, são disponibilizados oito artigos, sendo que quatro envolvem a economia de Santa Catarina, e outros quatro restantes voltam-se para temas ligados à economia do Brasil.</p><p>O primeiro artigo “Reflexões acerca da internacionalização de empresas multinacionais de Santa Catarina” de autoria de Mohamed Amal, Gláucia Grellmann e Júlia Baranova tem o propósito de discutir o processo de internacionalização de empresas em economias emergente, tendo como objeto de estudo a empresa WEG. &nbsp;Fundamenta o estudo em abordagem teórica dos negócios internacionais, e recorre a relatórios e site da empresa. Os resultados apontam que a empresa percorre trajetória evolutiva de internacionalização, passando por diferentes padrões de inserção, de gradual à acelerada. Em destaque o período pós crise financeira global de 2008, em que desenvolve intenso processo de construção e aquisição de fábricas em diferentes países, na busca de ativos estratégicos e relacionados a <em>upgrading</em> de seus modelos de negócios.</p><p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; O segundo artigo “O papel das instituições na atração de investimento externo: o caso da BMW em Santa Catarina” de autoria de Laryssa P. Kobs, Graciella Martignago e Fernando Seabra tem como objetivo, avaliar a relevância de instituições subnacionais na decisão de investimento da empresa multinacional do setor automobilístico, BMW, em Santa Catarina. Recorre a entrevistas semiestruturadas com os atores envolvidos e a publicações especializadas. Os resultados apontam a importância das instituições subnacionais – secretarias do governo estadual, bancos estadual e regional de desenvolvimento, prefeitura local, entre outras - nas negociações com representantes da BMW. As negociações ocorrem sob ampla transparência e compromissos mútuos. Nessa linha, as condições disponibilizadas - infraestrutura, financiamento, incentivos e qualificação de recursos humanos - são aceitas e viabilizam a instalação da fábrica no município de Araquari.</p><p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; O terceiro artigo “Produção industrial sob a Covid 19 e as consequências da internacionalização produtiva: visão geral e apontamentos sobre o Brasil e Santa Catarina” de autoria de Hoyedo N. Lins dedica-se em discutir o reflexo das crises econômica e sanitária na produção industrial brasileira e catarinense.&nbsp; Recorre a dados sobre a produção física, emprego e importação de bens. Os resultados apontam para o problema de escassez de insumos industriais em 2020 e 2021. Em decorrência das dificuldades no abastecimento internacional de peças e componentes por problemas de produção ou de transportes, sistemas produtivos são interrompidos. Tal quadro coloca em pauta a dependência da produção de um sistema internacionalizado de produção de insumos. Em complemento, discute a mudança na organização da produção sob cadeias globais de valor, em favor cadeias regionais com redes menos estendidas e fragmentadas.</p><p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; O quarto artigo “Importância do comércio exterior para as principais cadeias do agronegócio catarinense na última década” de autoria de Janaína Führ, Arlei L. Fachinello, Luiz Toresan e Maria Luísa L. Albertão tem como propósito analisar a trajetória recente das exportações do agronegócio catarinense, com destaque para as cadeias produtivas de carnes de frango e suína, soja, tabaco, madeira e móveis. Utiliza-se de informações sobre produção, exportação, mercados, etc. Os resultados apontam que o agronegócio catarinense participa com 6% das exportações do agronegócio nacional, percentual sustentado pela especialização e produtividade elevadas das atividades. As cadeias produtivas selecionadas apresentam grande dinamismo produtivo; demonstram resiliência nas adversidades; encontram amparadas por políticas públicas de financiamento, de sanidade e ambiental; e dependem dos mercados externos.&nbsp;</p><p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; O quinto artigo “Indústria, desenvolvimento econômico e vulnerabilidade externa: a inserção internacional da economia brasileira nos anos 2000” de autoria de Wallace M. Pereira e Stefan W. D’amato tem como objetivo, analisar a vulnerabilidade externa brasileira sob as óticas conjuntural - política econômica - e estrutural - &nbsp;desindustrialização. São utilizados dados das contas do balanço de pagamento. Nas conclusões figuram a redução do saldo comercial, sistemáticos déficits na balança de serviços, ampliação da remessa de lucro e dividendos e crescimento do ingresso de capital especulativo. E, constam o aprofundamento da desindustrialização, dependência de produtos tecnologicamente mais sofisticados e especialização na exportação de produtos primários e de industriais de baixo conteúdo tecnológico.</p><p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; O sexto artigo “A internacionalização da indústria automobilística brasileira: dinâmica produtiva e estratégia de mercado” de autoria de Gustavo B. Cândido, Silvio A. F. Cario e Walter Shima, dedica-se em apresentar os desempenhos produtivo e comercial, o padrão de concorrência e as estratégias da indústria automobilística brasileira. Recorre a dados que tratam da produção, mercado, emprego, faturamento, exportação, importação e valor adicionado. Os resultados apontam que o Brasil ocupa o 9º. lugar em produção e o 6º. lugar no mercado mundial automobilístico. A estrutura produtiva conta com 26 empresas e 61 unidades fabris, com concentração nas regiões Sudeste e Sul do país. As estratégias guiam-se pela interação produtor-fornecedor, diferenciação produtiva, gastos em P&amp;D e em propaganda e <em>marketing</em>, revendedores credenciados e financiamento.</p><p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; O sétimo artigo “Uma análise da dívida externa brasileira a partir dos anos 2000” de autoria de Ricardo L. Torres, Carolinas. Cândido e Adriana Ripka tem como objetivo, discutir o endividamento externo nacional com foco na vulnerabilidade externa. Recorre a dados sobre montante da dívida externa, dívida mobiliária, investimento internacional, taxas de juros e de câmbio e custos da dívida. Os resultados mostram redução da vulnerabilidade externa em razão do acúmulo de reserva em moeda estrangeira e pela substituição da dívida externa pela dívida interna. Contudo, permanece a vulnerabilidade externa estrutural em decorrência da dependência de atração de capital estrangeiro para equilíbrio do balanço de pagamentos, cuja posição se encontra deteriorada em face dos riscos associados a dívida externa motivada pela desvalorização cambial.</p><p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; E, por fim, o oitavo artigo “Pesquisa e desenvolvimento (P&amp;D) em empresas multinacionais no Brasil: 2008-2017 de autoria de Lucas Correa, Matheus R. P. Ribeiro, Daniele F. A. Silva e Rogério Gomes tem como intuito, examinar as atividades de P&amp;D interna realizadas pelas empresas multinacionais estabelecidas no país. São utilizadas informações sobre influxos de investimento direto externo e de edições publicadas e de tabulação especial da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica. Os resultados expressam, por um lado, maior internacionalização da economia brasileira expresso pela entrada de investimento direto externo; e por outro, redução dos valores dos dispêndios em P&amp;D pelas empresas multinacionais em setores de maior intensidade tecnológica da indústria de transformação e de serviços intensivos em conhecimento.</p><p>&nbsp;</p><p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Desejamos boa leitura a todos!!</p> ER -