Celso Furtado e a integração econômica

uma nota

Autores

  • Hoyêdo Nunes Lins UFSC

DOI:

https://doi.org/10.54805/RCE.2527-1180.v3.n2.66
Abstract views: 191 / PDF downloads: 170

Palavras-chave:

Celso Furtado; integração econômica; América Latina; Cone Sul

Resumo

A integração econômica supranacional, formalizada em acordos ou tratados, não tem presença recorrente na obra de Celso Furtado. Contudo, principalmente no seu período de trabalho na CEPAL, em Santiago do Chile, o autor “vivenciou” o tema: nos anos 1950, cresceu nessa instituição a ideia de que integrar representava um importante passo para a industrialização e o desenvolvimento dos países latino-americanos. Pode-se dizer que esse ambiente inspirou os principais escritos de Furtado sobre a questão. Este artigo objetiva situar, apresentar e discutir a sua percepção sobre a integração, assim como explorá-la, em alguns de seus aspectos, numa breve abordagem sobre um processo contemporâneo desse tipo, referente ao Cone Sul. Observou-se, entre outras coisas, que o autor deu grande ênfase ao problema da distribuição dos efeitos da integração, assim como à atuação do Estado com vistas a lograr avanços nesse aspecto e a contribuir para promover, em decorrência, o desenvolvimento nos países participantes.   

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Referências
ALVAREZ, R.; BAUMANN, R.; WOHLERS, M. (org.). Integração produtiva: caminhos para o Mercosul. Brasília: Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, 2010.
ARRIGHI, G. A ilusão do desenvolvimento. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 1997.
ATHUKORALA, P.; YAMASHITA, N. Production fragmentation in manufacturing trade: the role of East Asia in cross-border production networks. Tokyo: Nihon University, Center for China and Asian Studies, Working Paper Series n. 003. 2007.
BAIR, J. Global capitalism and commodity chains: looking back, going forward. Competition & Change, v. 9, n. 2, p. 153-180, June 2005.
BALASSA, B. Teoria da integração econômica. Lisboa: Livraria Clássica Editora, 1964.
BALDWIN, R. Global supply chains: why they emerged, why they matter, and where they are going. Hong Kong: The Fung Global Institute, Working Paper FGI – 2012-1. 2012.
BARROS, A. R. Os impactos do Mercosul no Nordeste brasileiro. In: BANCO DO NORDESTE DO BRASIL. Comércio internacional e Mercosul: impactos sobre o Nordeste brasileiro. Fortaleza: BNB, 1997, p. 107-173.
BIELSCHOWSKY, R. Cinquenta anos de pensamento na CEPAL. Rio de Janeiro: Record, 2000a. 2 v.
BIELSCHOWSKY, R. Cinquenta anos de pensamento na CEPAL – uma resenha. In: _____. Cinquenta anos de pensamento na CEPAL. V. 1. Rio de Janeiro: Record, 2000b, p. 13-68.
BLYDE, J. S. Convergence dynamics in Mercosur. Journal of Economic Integration, v. 2, n. 4, p. 784-815, 2006.
BOUZAS, R. Apuntes sobre el estado de la integración regional en América Latina. In: SEMINARIO “REGIONAL INTEGRATION IN THE AMERICAS: THE IMPACT OF THE GLOBAL ECONOMIC CRISIS”, Annals..., Washington D.C.: Woodrow Wilson International Center for Scholars, Nov. 2009.
BYÉ, M. Localisation de l’investissement e Communauté Economique Européenne. Revue Economique, v. 9, n. 2, p. 188-212, 1958.
CALFAT, G.; FLÔRES JR., R. G. Questões de geografia econômica para o Mercosul. In: CHUDNOVSKY, D.; FANELLI, J. M. (coord.). El desafio de integrarse para crecer: balance y perspectivas del Mercosur en su primeira década. Buenos Aires: Red Mercosur – Siglo XXI Editores, 2001, p. 327-345.
CEPAL. O mercado comum latino-americano. In: BIELSCHOWSKY, R. Cinquenta anos de pensamento na CEPAL. V. 1. Rio de Janeiro: Record, 2000a, p. 342-371. [1959]
CEPAL. Estudo econômico da América Latina, 1949. In: BIELSCHOWSKY, R. Cinquenta anos de pensamento na CEPAL. V. 1. Rio de Janeiro: Record, 2000b, p.137-178. [1951].
ECLAC. Open regionalism in Latin America and the Caribbean: economic integration as a contribution to changing production patterns with social equity. Santiago, Chile: Economic Commission for Latin America and the Caribbean, 1994. [LC/G.1801/Ver.1-P].
FERRER, A. El éxito del Mercosur posible. Revista de Economia Política, v. 27, n. 1(105), p. 147-156, 2007.
FÓRUM NOVOS PARADIGMAS DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL EQUILIBRADO, 1995. Anais.... Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 1996.
FOSTER, N.; STEHRER, R.; TIMMER, M. International fragmentation of production, trade and growth: impacts and prospects for EU member states. Brussels: European Commission, Economic Papers 484. 2013.
FURTADO, C. Développement et stagnation en Amérique latine: une approche structuraliste. Annales... Economies, sociétés, civilisations, v. 21, n. 1, p. 1-31, 1966.
FURTADO, C. Intra-country discontinuities: towards a theory of spatial structures. Social Science Information, v. 6, n. 6, p. 7-16, 1967.
FURTADO, C. Teoria e política do desenvolvimento econômico. São Paulo: Abril Cultural, 1983. [1967].
FURTADO, C. Economic development of Latin America: historical background and contemporary problems. 2.ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1976. [1969]
FURTADO, C. Os desafios da globalização. Folha de S. Paulo, p. 1-3, 1 dez. 1996.
FURTADO, C. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. In: BIELSCHOWSKY, R. Cinquenta anos de pensamento na CEPAL. V. 1. Rio de Janeiro: Record, 2000a, p. 239-262. [1961]
FURTADO, C. O Capitalismo global. 4. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000b.
FURTADO, C. O GTDN e as exigências da atualidade. In: ___. O Nordeste e a saga da Sudene. Rio de Janeiro: Contraponto; Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, 2009, p. 267-283. [1997].
GEREFFI, G.; KORZENIEWICZ, M. (eds.). Commodity chains and global capitalism. London: Greenwood Press, 1994.
GIERSCH, H. Economic union between nations and the location of industries. The Review of Economic Studies, v. 17, n. 2, p. 87-97, 1949.
GRANATO, M. F. Spatial effects of regional integration. The Argentinean manufacturing landscape after Mercosur. In: XLII REUNIÓN ANNUAL DE LA ASOCIACIÓN ARGENTINA DE ECONOMÍA POLÍTICA, Anales...Bahía Blanca, Universidad Nacional del Sur, nov. 2007.
HADDAD, E.; DOMINGUES, E. P.; PEROBELLI, F. S. Brazil-Argentina trade and its impacts in Brazilian states. Investigaciones Regionales, n. 7, p. 113-137, 2005.
JONES, R.; KIERZKOWSKI, H. International fragmentation and the new economic geography. North American Journal of Economics and Finance, v. 16, p. 1-10, 2005.
KAWECKA-WYRZYKOWSKA, E. Evolving patterns of intra-industry trade specialization of the new Member States (NMS) of the EU: the case of automotive industry. Brussels: European Commission, Economic Papers 364. 2009.
KRUGMAN, P. Geography and trade. Cambridge, Leuven: The MIT; Leuven University, 1991.
LAURELLI, E.; MONTAÑA, E. Los territórios del Mercado Comun del Sur: propuestas y efectos esperados. Revista Interamericana de Planificación, v. 27, n. 106, p. 10-42, 1994.
LEVITT, T. The globalization of markets. Harvard Business Review, p. 92-102, May-June 1983.
LINS, H. N. Vinte anos de Mercosul: uma nota. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, n. 34, p. 89-121, 2013.
LINS, H. N. Integração produtiva em processos de regionalização econômica: o Mercosul em questão. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, n. 48, p. 84-106, 2017.
LIPIETZ, A. Le capital et son espace. 2.ed. Paris: La Découverte/Maspero, 1983.
LO TURCO, A. South-South RTAs and industrial location: is there asymmetric development? Siena: Università Politecnica delle Marche, 2007.
MARINI, R. M. América Latina: dependência e integração. São Paulo: Página Aberta, 1992.
MASSEY, D. In what sense a regional problem? Regional Studies, v. 13, p. 233-243, 1979.
MASSEY, D. Spatial divisions of labour: social structures and the geography of production. London: Macmillan, 1984.
MEDEIROS, C. A. de. A dinâmica da integração produtiva asiática e os desafios à integração produtiva no Mercosul. Análise Econômica, v. 29, n. 55, p. 7-32, 2011.
MERCOSUL. Fundo para a Convergência Estrutural do MERCOSUL. Montevidéu: MERCOSUL, 2020. Disponível em: https://www.mercosur.int/pt-br/temas/focem/ Acesso em: 04 out. 2020.
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Séries Históricas. Brasília, 2020a. Disponível em: http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/series-historicas Acesso em: 07 set. 2020.
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. ComexStat: Exportações e Importações – Geral. Brasília, 2020b. Disponível em: www.comexstat.medic.gov.br/pt/geral Acesso em: 08 set. 2020.
OECD. Interconnected economies: benefiting from global value chains. Paris: OECD Publishing, 2013. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1787/9789264189560-en Acesso em: 20/6/2014.
PLANQUE, B. Grand marché unique européen et dévelopment régional: éléments de problématique. Revue d’Economie Régionale et Urbaine, n. 1, p. 27-57, 1990.
PREBISCH, R. O desenvolvimento econômico da América Latina e alguns de seus problemas principais. In: BIELSCHOWSKY, R. Cinquenta anos de pensamento na CEPAL. V. 1. Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 70-136. [1949]
PUGA, D.; VENABLES, A. J. Trading arrangements and industrial development. The World Bank Economic Review, v. 12, n. 2, p. 221-249, 1998.
REMMAPING South America. The Economist, Oct. 12th 1996. (A Survey of MERCOSUR).
SOUZA, A. de M. e; OLIVEIRA, I. T. M.; GONÇALVES, S. S. Integrando desiguais: assimetrias estruturais e políticas de integração no Mercosul. Texto para Discussão, n. 1477, Brasília: IPEA, 2010.
TENÓRIO, F.; WANDERLEY, S. Celso Furtado: an economist in the service of public management (1943-1964). Brazilian Journal of Public Administration, v. 52, n. 3, p. 507-526, 2018.
TRAISTARU-SIEDSCHLAG, I.; MARTINCUS, C. Economic integration and manufacturing concentration patterns: evidence from MERCOSUR. Open Economic Review, v. 17, n. 3, p. 297-319, 2006.
TRATADO para a Constituição de um Mercado Comum entre a República Argentina, a República Federativa do Brasil, a República do Paraguai e a República Oriental do Uruguai. Asunción, 26 mar. 1991.
VAITSOS, C. V. Crisis en los procesos de integración económica. El Trimestre Económico, v. XLVI(1), n. 181, p. 35-128, 1979.
VENABLES, A. J. Winners and losers from regional integration agreements. The Economic Journal, v. 113, p. 747-761, 2003.
WALLERSTEIN, I. O conceito de desenvolvimento nacional, 1917-1989: elegia e réquiem. In: ______. Após o liberalismo: em busca da reconstrução do mundo. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 116-129.
WANDERLEY, L. A.; OLIVEIRA, M. J. L. de; BALANCO, P. A. de F. Relevância do Mercosul para as exportações baianas. Indicadores Econômicos FEE, v. 30, n. 4, p. 321-340, 2003.
WIONCZEK, M. S. Integración económica y distribución regional de las atividades industriales. El Trimestre Económico, v. 33, n. 131, p. 469-502, 1966.
ZEDDIES, G. Determinants of international fragmentation of production in the European Union. Halle: Halle Institute for Economic Research, IWH Discussion Paper n. 15. 2007.

Downloads

Publicado

2020-12-13

Como Citar

Lins, H. N. (2020). Celso Furtado e a integração econômica: uma nota. Revista Catarinense De Economia, 3(2), 23–46. https://doi.org/10.54805/RCE.2527-1180.v3.n2.66

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.